Quem era Igor Kirillov, general russo morto em ataque a bomba em Moscou
O Tenente-General Igor Kirillov, chefe das forças de proteção nuclear, biológica e química da Rússia, foi morto em um ataque a bomba em Moscou na última segunda-feira (17). Com mais de sete anos no cargo, Kirillov liderava as Tropas de Defesa de Radiação, Química e Biológica das Forças Armadas Russas, sendo uma das figuras mais influentes na estrutura militar do país.
Trajetória militar e liderança estratégica
Nomeado em 2017, Kirillov havia comandado a Academia Militar de Radiação, Defesa Química e Biológica entre 2014 e 2017. Ele era responsável por coordenar as estratégias de defesa e ataque em operações envolvendo materiais nucleares, químicos e biológicos, funções centrais em tempos de guerra e crise internacional.
Acusações e sanções internacionais
O general foi acusado de ordenar o uso de armas químicas proibidas na guerra entre Rússia e Ucrânia. Segundo o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), mais de 4.800 casos de uso de munições químicas foram registrados sob suas ordens desde o início do conflito. Ele também foi alvo de sanções do Reino Unido por práticas consideradas desumanas.
Circunstâncias da morte
Kirillov foi morto por uma bomba escondida em uma scooter elétrica, em um ataque atribuído ao serviço de segurança ucraniano. Autoridades russas classificaram o assassinato como ato de terrorismo e prometeram uma resposta severa. A explosão ocorreu um dia após Kirillov ser condenado à revelia na Ucrânia por crimes de guerra.
Impacto no conflito Rússia-Ucrânia
A morte de Kirillov representa um golpe simbólico e estratégico para o Kremlin, que enfrenta uma guerra prolongada e cada vez mais complexa. A invasão da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, já causou milhares de mortes e atraiu sanções internacionais severas contra a Rússia. O incidente aprofunda as tensões em um momento crítico do conflito, descrito por analistas como o mais perigoso até agora.
Legado e controvérsias
Embora Kirillov fosse uma figura central na estrutura militar russa, seu nome estava associado a práticas controversas e condenadas pela comunidade internacional. Sua liderança era vista como um pilar do uso de estratégias químicas e biológicas em operações militares, o que levantou questionamentos sobre ética e direitos humanos.
A morte do general adiciona um novo capítulo à escalada de tensões no conflito Rússia-Ucrânia, enquanto o mundo observa com preocupação os desdobramentos dessa guerra de proporções globais.